Friday, January 20, 2006

ABRAC

    Dois mais dois pode ser igual a cinco

    Susete Davi - Imprensa ABRAC
    Associação Brasileira de Concessionário Chevrolet

    ABRAC Em Rede

    EDIÇÃO 73 - Novembro/Dezembro 2005


  • O que fazer para melhorar o relacionamento entre parceiros de negócios?
  • Como aumentar a confiança entre colaboradores e clientes para melhorar resultados?
  • Quais fatores influenciam a confiança e a colaboração entre parceiros?
  • O que fazer para melhorar o clima organizacional interno?


Essas perguntas extraídas do livro “Sinergia - Fator de Sucesso nas Realizações Humanas” (Editora Campus/Elsevier-RJ), recém lançado pelo professor Sérgio Lins, são algumas das que não querem calar na cabeça de muitos que sonham com o sucesso profissional. No mundo dos negócios, experiência, competência e conhecimento são qualificações desejáveis em um parceiro, mas é preciso mais, diz o especialista, para a obtenção de resultados
superiores à simples soma de esforços individuais.
“Quando ocorre um encantamento na troca mútua de experiências, amplificando o valor de tudo que realizamos em conjunto, vivenciamos a sinergia”, diz o professor, que é consultor, e também químico.

Mas que encantamento é esse? Em uma só palavra, a resposta é justamente ao que se dedica o livro e lhe serve como título.


Em sua origem etimológica, a palavra sinergia expressa duas noções – sin, que significa em conjunto e ergo, que quer dizer trabalho, mas acontece que a simples junção dessas partes não levam ao todo. Aqueles que descobriram na parceria sinérgica como somar dois e dois e obter cinco, encabeçam a lista de casos de sucesso empresarial. Um exemplo citado por
Lins em sua obra é a Embraer, que “conseguiu com o uso inteligente do conhecimento resultados em conjunto impossíveis de se obter em separado”.

“A definição do termo sinergia é conhecida do mundo empresarial, mas a prática tem demostrado que não é tão fácil fazê-la acontecer”, diz Lins, que desenvolveu boa parte de sua experiência na IBM Brasil, onde trabalhou na coordenação de programas para executivos de clientes. Segundo Lins, a sinergia não se obtém acidentalmente nem se sustenta naturalmente, mas exige identificação de semelhanças e valorização da diversidade do grupo de trabalho. “Às vezes projetos muito bem definidos acabam levando à disergia (sinergia negativa), porque onde existe o ser humano atirando emoções e comportamentos e necessidade de comunicação, o resultado pode ser negativo”, explica.

Quais são então os princípios básicos para que a sinergia organizacional possa acontecer? Lins ressalta que a meta da organização deve ser criar um ambiente que estimule a auto-estima, destaca a importância da confiança mútua e diz que é preciso atender a cinco princípios básicos:

1) estabelecer pré-requisitos – construir a motivação a partir de metas comuns, interdependência e habilidades que dependem de gerência participativa, fundamentando assim o processo sinergístico;

2) apoiar a permeabilidade – ajudar pessoas na expressão e na abertura da aprendizagem
a novas idéias, perspectivas, significados, valores, sentimentos, comportamentos e atitudes que, de outra forma, não aceitariam ou trocariam;

3) encorajar o pensamento paradoxal – ajudar pessoas a conviverem com frustrações e confusões que ocorrem quando se tenta acomodar idéias, pontos de vista, sentimentos
ou atitudes aparentemente contraditórios;

4) facilitar a criatividade – ensinar pessoas a valorizarem a integração de visões opostas, provocando um deslocamento da relação de oposição (ou isso ou aquilo), para a relação de suporte e complementação (tanto isso quanto aquilo), e

5) estruturar a disciplina – usar os conceitos novos e suportados mutuamente para realizar objetivos específicos, designar responsabilidades por tarefas e fixar um cronograma até as
mudanças serem totalmente efetuadas.

O sucesso do processo sinérgico

Sérgio Lins também destaca em sua obra que “a história de sucesso de algumas organizações parece indicar que o sucesso para a inovação e o empreendedorismo depende de parcerias conquistadas com muita confiança e colaboração, dois fatores críticos de sucesso para a sinergia”. “A confiança é que faz com que algumas empresas sejam sempre percebidas com bons olhos por seus empregados e clientes enquanto outras têm sua imagem sempre ofuscada”, descreve Lins.

Lins define a confiança como “uma expectativa situacional positiva que leva a esforços e investimentos para tornar a expectativa uma realidade”, e atribui à confiança nas outras pessoas o principal segredo da liderança, pois cria segurança pessoal e estimula a realização de esforços: “Confiar é reconhecer valores, princípios, atributos e hábitos do parceiro”, diz. Para ele os fatores invisíveis que contribuem para a percepção da confiabilidade são os mais importantes para a sinergia: resiliência (capacidade de absorver o impacto das mudanças com alterações mínimas de comportamento), proatividade (responsabilidade de decidir e agir de forma consciente e independente das circunstâncias inibidoras, sejam recursos ou compreensão dos deafios); objetividade (usar a imaginação e a consciência para decidir o que fazer com o tempo, o talento, e os insttrumentos que possuímos para trabalhar), flexibilidade (disposição para rresolver, modificar, adaptar, ou evoluir tendo em mente o objetivo a realizar); e prioridade (resultado da iniciativa e força de vontade para colocar o mais importante em primeiro lugar, visando a eficácia e redução do trabalho flutuante).

Perceber virtudes nos parceiros requer observação, um trabalho que, para Lins, vale à pena. “A sinergia é uma condição para o sucesso de qualquer negócio. É preciso considerá-la como um objetivo a alcançar, um comportamento desejável, até como uma condição de empregabilidade”, finaliza.

Veja um pouco mais nos slides da palestra "Sinergia"


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